PROJETOS PREVISTOS PARA O TERRITÓRIO
ÁREAS DE REABILITAÇÃO URBANA
ARU DA CORUJEIRA
ARU DE RIO TINTO
ARU DE S. COSME E VALBOM
NOVA LINHA DE METRO
A Metro do Porto aprovou, em 2019, o lançamento do programa base da futura linha que há-de levar o metro desde o Dragão até ao Souto, executando as orientações do Ministro do Ambiente, Matos Fernandes. A linha terá 6,8 quilómetros, entre o Dragão e o Souto, com custos estimados na ordem dos 110 milhões de euros, e com 6 estações na sequência de um estudo, da própria Autarquia, que visa levar as composições ao centro de Gondomar, via Valbom.
O objetivo é que a obra possa ser incluída na primeira fase do Plano Nacional de Investimentos 2030, que reserva 620 milhões de euros para o crescimento do metro.
O Presidente da Câmara Municipal de Gondomar declara que, “hoje, podemos dizer com toda a certeza que teremos metro até S. Cosme” e contextualiza que, inicialmente, em 2008, o Município tinha previsto acolher dois projetos, um via Rio Tinto-Baguim do Monte-Fânzeres e, outro Campanhã-Freixo-Valbom-Feira de Gondomar. Para o autarca, este novo traçado tem uma vantagem fundamental que passa pela realização da ligação direta com a rede, com esta linha a zona Oriental do Porto ficará mais próxima aos centros de Valbom e de Gondomar.
MATADOURO de Kengo Kuma
O terreno do Matadouro Industrial do Porto, rodeado de usos industriais e habitacionais, resultantes de sucessivas transformações e amputações urbanas, está hoje desvalorizado pela barreira que através da implantação da (VCI) e do Estádio do Dragão. A miscigenação funcional dos corpos que compunham o antigo Matadouro é unificada pela cabeceira de acesso e pelo cruzamento descrito. A cobertura modelada e perfurada adiciona a diversidade e complexidade existente com uma unidade sombreada e conformidade que cobre os vazios entre os volumes. Aqui, o que importa é o que a Matadouro vai dar à cidade. Uma nova tipologia de espaços exteriores cobertos, um sistema urbano de passeios pedonais, com ruas e praças que unem um conjunto de edifícios. O estopim de tudo isso, o que mais nos cativa, é questionar a reabilitação, não de um ou mais edifícios, mas fazer e criar um sistema mais ambicioso que integre algo mais amplo e que é a cidade. A nova materialidade da cobertura, embora com um desenho inovador, remete tanto para a memória da construção local como também, na sua forma, para uma grande membrana leve levitante, com uma subtil referência a uma plasticidade têxtil como evocação da grande força deste indústria na região.
“Para o projeto Matadouro no Porto tentámos criar um novo tipo de espaço público. Para este tipo de projeto, o mais importante é a aconchego do espaço, por isso procuramos utilizar as telhas cerâmicas por se relacionarem muito com a complexidade da cidade. Ao usar o material, tentamos criar calor e vivacidade.”
Kengo Kuma
IMPLANTAÇÃO
ESTADO ATUAL
PLANTA
REQUALIFICAÇÃO DA PRAÇA DA CORUJEIRA por Miguel Melo Arquitetura
Este projeto enquadra-se no pensamento macroestratégico de tratar os espaços verdes como centralidade urbana. Em particular, na Corujeira vai ser promovida a fruição na natureza, através de percursos pedonais e cicláveis e promovendo o diálogo de um edifício-bar com o arvoredo circundante, já que a estrutura vai funcionar ao nível dos plátanos. No fundo, pretende-se que a “nova” Praça da Corujeira sirva as necessidades da população, conciliando os valores ecológicos, funcionalidade e bem-estar. As obras devem arrancar ainda em 2022 e estar concluídas em 2024. O investimento municipal ronda os 4,4 milhões de euros.
Além dos dois hectares de espaço verde a intervencionar, o projeto que assume como "elemento primordial" a valorização da estrutura arbórea pré-existente e dos seus icónicos plátanos, aposta ainda numa estratégia de mobilidade sustentável, compatível com a fruição do parque por toda a população. A ligação ao Matadouro faz igualmente parte dos planos de um programa que impulsiona a reconfiguração urbana do eixo central de Campanhã.
Na Praça da Corujeira e envolvente, estão identificados "problemas sociais, a degradação do espaço público, constrangimentos viários, que objetivamente foram condicionando a vivência social, económica e habitacional", referiu o arquiteto. Razão pela qual o projeto surge da necessidade de preservar, requalificar e revitalizar. É nesse sentido que a equipa de projetistas propõe aproveitar os eixos de ligação pedonais existentes, que serão "privilegiados, melhorados e alargados, não descurando também as ligações visuais" que se possam vir a formar, pois do estudo previamente feito in loco, informou o responsável, ficou a saber-se que existe uma grande franja da população que utiliza a praça como eixo de atravessamento.
"Propõe-se o atravessamento da área do parque por ciclovias e a interligação com a envolvente", confirmou ainda Miguel Melo, esclarecendo que é intenção do projeto "minimizar o impacto da circulação viária na área de intervenção". Assim, "as redes viárias serão uniformizadas nas suas dimensões, privilegiando as hierarquias existentes, nomeadamente a ligação da Avenida de 25 de Abril com a Travessa de Ferreira dos Santos e os eixos da Rua das Escolas e da Rua de São Roque da Lameira", detalhou.
Também as passadeiras serão adaptadas aos invisuais e na circundante haverá "zonas 30" (zonas com velocidade máxima de 30 quilómetros/hora), em que se conjugarão automóveis, peões e bicicletas, de modo a contribuir para um outro objetivo: "mitigar as acumulações de tráfego e melhorar a fluidez de trânsito", assim como "baixar os índices de poluição registados".
A ligação entre a Praça da Corujeira e a entrada do Matadouro será efetuada por uma artéria que os arquitetos pretendam que seja uma rua pedonável e clicável: "a Rua Nova da Corujeira", nomeou Miguel Melo. Sobre esta questão, o arquiteto adiantou também que será importante "a demolição do muro" da entrada do Matadouro, "de forma a criar uma transparência visual e funcional", propondo, contudo, a manutenção dos pilares dos muros existentes.
PARQUE DA ALAMEDA DE CARTES por José Miguel Lameiras
Este projeto, integrado na iniciativa Urbinat (ver secção a seguir), procura dar resposta a problemas de mobilidade da população, criando um contínuo urbano arborizado e uma rede de caminhos pedonais, apta também para pessoas com mobilidade reduzida. Entre os principais objetivos do novo parque urbano, destaque para a regeneração urbana de uma área desfavorecida e fragmentada através da implementação de soluções baseadas na natureza. Para tal, foi feito um processo exaustivo de análise do lugar, suportado por um processo participativo que envolveu cidadãos, agentes locais e decisores políticos. “Foi a população que indicou os problemas daquele território e o projeto vem resolver isso”, certificou Filipe Araújo.
A área de intervenção é constituída por terrenos públicos, localizados entre o Bairro do Falcão, Bairro do Cerco do Porto, Bairro do Lagarteiro e área de expansão do Parque Oriental.
O projeto do Parque da Alameda de Cartes está a ser desenvolvido por uma equipa interdisciplinar que conta com a Câmara, as empresas municipais Domus Social e GO Porto – Gestão e Obras do Porto, o Centro de Investigação de Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade Porto, o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e o GUDA (atelier de design).
CORREDOR SAUDÁVEL URBINAT
O URBiNAT é um projeto europeu financiado que decorrerá até 2023 e tem como prioridade o desenvolvimento de corredores saudáveis em sete cidades europeias (entre as quais o Porto, que é uma das cidades líderes) através de uma regeneração urbana inovadora e inclusiva, a partir do co-construção e co-implementação de soluções baseadas na natureza, envolvendo a comunidade local.
Integram a equipa do URBiNAT a Câmara do Porto, a Domus Social EM, o CIBIO - Centro de Investigação de Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade Porto, o GUDA (Atelier de Design, Lisboa) e o CES (Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra). A abordagem estratégica centrou-se na mobilidade pedonal de qualidade e na definição de um novo parque urbano que ocupa um grupo contínuo destes lotes e visa funcionar como um elo de ligação entre os três bairros diferentes da área de estudo – Cerco do Porto, Falcão e Lagarteiro.
O principal critério foi assegurar a inclusão dos bairros do Cerco, Falcão, Lagarteiro e outros bairros de habitação social próximos com o objectivo de qualificar uma área com grandes desafios sociais e ambientais.
Dada a intenção de implementar novos corredores saudáveis, a área de estudo inclui os espaços verdes estratégicos mais relevantes (Parque Oriental, Praça da Corujeira, Quinta da Bonjóia, Horto municipal), serviços (escolas, indústria, centros de saúde, associações locais) e também projetos futuros que terão lugar em breve na Campanhã, (Expansão do Parque Oriental, Novo Matadouro, Monte da Bela).
NOVO POLO UNIVERSITÁRIO
O reitor da Universidade do Porto (UP), que falou sobre o tema na conferência "Gondomar e os desafios da Universidade", no Auditório Municipal de Gondomar, aprofundou que, apesar de "não haver uma data específica para o projeto, Gondomar tem um papel importante, pois pode responder à escassez de alojamento e à criação de um novo pólo".
No centro do Porto, não há a capacidade para receber estudantes, pela falta de alojamentos. "É preferível apostar em alojamento local para turismo, mas e para onde vão os nossos alunos?", expôs António de Sousa Pereira, confirmando que "não há mais espaço no centro para a edificação de novas residências, e que Gondomar demonstrou interesse num projeto futuro com a instituição".
Em janeiro de 2021, o JN noticiou esta intenção por parte da Universidade do Porto, que reservou terrenos em Valbom para se expandir, um projeto que acompanhará a construção da futura linha de metro do Souto.