top of page

CULTURA LOCAL

Como já foi referido, o território molda as pessoas e as pessoas moldam o território, originando uma cultura específica, autóctone. Deste modo, a cultura e os costumes não devem ser esquecidos aquando do projeto urbanístico, dado que a intervenção guiar-se-á pelas necessidades quotidianas dos residentes. 

A cultura gondomarense pode ser caracterizada de diversas formas, mas o seu legado reside principalmente na exploração mineira de ouro, na ourivesaria, na indústria de marcenaria e na exploração agrícola e piscatória. A agricultura, o comércio, o artesanato, bem como outras indústrias, em particular as de curtumes, metalomecânica, panificação e de artefactos de couro, constituem as áreas de maior implantação. 

A cultura de Campanhã também se baseia em muitas destas atividades económicas: pesca, agricultura, marcenaria, produção de cal, fabrico de fósforos de cera, palitos, trabalhos em filigrana, destilaria, saboaria e curtumes.

EXPLORAÇÃO MINEIRA

 

A Indústria de Extração Mineira, como a de S. Pedro da Cova, teve uma grande importância no desenvolvimento económico e social do concelho. Aliás, ainda recentemente empregou bastantes são pedrenses. Entre 1880 e 1890, houve o apogeu da exploração do carvão, ouro e quartzo. 

 

As minas de carvão foram as que conseguiram sobreviver mais tempo. Toda a produção tinha como espaço de comercialização o mercado interno, sendo a cidade do Porto o principal mercado, devido à sua proximidade. A extração do carvão do fundo das minas ficava a cargo dos homens, enquanto que as mulheres à superfície faziam a separação do carvão daquilo que eram materiais sem interesse mineiro.

EXPLORAÇÃO AGRÍCOLA

 

Gondomar, sendo um dos principais fornecedores de legumes para os mercados do Porto, é terra de tradições agrícolas, onde ainda alguns lavradores praticam agricultura tradicional. A agricultura é a maior e mais antiga fonte de rendimento deste povo. A proximidade de um importante centro consumidor permite a venda direta de produtos e uma atualização constante das necessidades alimentares do momento. 

OURIVESARIA E INDÚSTRIA DE MARCENARIA

 

Neste concelho, tanto a produção de ourivesaria como a de marcenaria ocupam um lugar de destaque a nível nacional. A carpintaria, em particular a talha, foi crucial para a economia de Gondomar. É uma forma de arte que se realiza com grande destreza, transformando mogno, carvalho, nogueira ou lignum vitae em delicadas peças esculpidas utilizadas em móveis típicos desta região, na ornamentação religiosa e em peças de decoração. 

 

É também importante a construção das embarcações dos “valboeiros”, embarcação típica do Douro, com o nome da freguesia de Valbom, utilizada para a pesca artesanal de sável e lampreia e para o transporte de pessoas e mercadorias entre as margens do rio.

Hoje em dia, a marcenaria, a ourivesaria, a talha em madeira e os embutidos predominam na economia local.

EXPLORAÇÃO PISCATÓRIA

Numa mistura do rural e do urbano, Gondomar possui um Património Etnográfico único, de costumes ancestrais, assentes na pesca da lampreia e na pesca artesanal que ainda se praticam na freguesia da Lomba. Contudo, a faina piscatória começou a entrar em decadência após a introdução da pesca de arrasto, por barcos de calado superior. Os processos utilizados para esta faina, eram feitos de modo artesanal. Os barcos, tal como o Valboeiro, tornaram-se famosos através dos tempos e, ainda agora, são construídos servindo de modelos para outros centros piscatórios. Neste momento, embora continue a representar uma das atividades económicas, de, por exemplo, Valbom, a pesca deixou de ter a importância que outrora teve, embora se continue a pescar o sável, a lampreia, a tainha, o muge, a enguia, etc. 

Nas Memórias Paroquiais de 1758, Campanhã destaca-se pelos seus pescadores, concentrados sobretudo junto das margens do Douro e gozando de isenções fiscais desde 1593. 

bottom of page